terça-feira, 11 de março de 2014


21 de março Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

A violência do racismo

Uma das formas mais cruéis de racismo é a negação da sua existência quando ele existe de fato e é indisfarçável. No Brasil, o sonho nacional de um país harmonioso, sem preconceitos de raça ou de cor, ou seja, de uma sociedade em que as pessoas sejam valorizadas pelo seu conteúdo humano, e não pela aparência, é certamente o sonho da maioria dos brasileiros. Ocorre que o sonho não encontra correspondência na realidade, sobretudo na realidade dos que sofrem a discriminação. Mais cruel ainda é insistir com os discriminados que eles não o são; ou, pior ainda: que eles é que discriminam, ou se discriminam. Argumentos retóricos falaciosos proliferam para negar o óbvio: “Quem não tem um pouco de sangue negro?”; “No Brasil, somos todos misturados”; “Aqui não tem branco nem negro; somos todos brasileiros”; “Minha tataravó era índia (ou negra)”; “Não existe racismo porque não existem raças”; “Querem nos dividir”; “Estão importando um problema que não temos”; e por aí afora. Ora, como alguém já disse, a melhor maneira de não resolver um problema, ou agravá-lo, é fingir que ele não existe, cumprindo observar que a insistência em sustentar o mito da democracia racial só faz aumentar as tensões sociais e produzir intolerância(1). O não reconhecimento do direito à diferença acarreta atitudes de intolerância para com aqueles que simplesmente se declaram negros ou índios. Há mesmo os que acham que todos os índios deveriam usar terno e gravata. E os que acham que os índios não são patriotas.
A incapacidade da convivência com o diferente, da descoberta de novos valores e da admiração da riqueza que se faz presente em outras raças e culturas torna-se cada vez mais uma ameaça à segurança pública e um caminho para o ódio, a violência e a morte. Se quisermos resolver esse problema, a preliminar é reconhecer que se trata de um problema importante, a ser enfrentado pelos brasileiros de todas as cores. Não só o racismo individual, nas relações interpessoais e sociais, mas principalmente o racismo estrutural, refletido nas barreiras da educação e do emprego. Tudo sem considerar o racismo simbólico, presente nas sutilezas e atitudes de muitas pessoas, como quando os detectores de metais dos bancos parecem detectar cores.
Fonte : Site da CNBB – Conferencia Nacional dos Bi
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