terça-feira, 24 de julho de 2012

Parto em casa é proibido no Rio de Janeiro e decisão causa polêmica

Aqui no Rio de Janeiro, a polêmica é outra. O estado proibiu o parto em casa. Pela decisão do Conselho Regional de Medicina do Rio, o médico que realizar partos em casa pode ser processado disciplinarmente e até mesmo ter o registro cassado.

O conselho argumenta que o parto fora do hospital não traz segurança para a mãe e o bebê.

“A gestante, mesmo quando ela é uma paciente sem nenhum problema de saúde, que o pré-natal ocorreu sem problemas, isso não garante a ela que isso possa ocorrer no parto. São eventos inesperados e que precisam de solução imediata. Em casa, ela perde a chance de ter isso”, aponta Luis Fernando Moraes, assessor da presidência do CREMERJ.

Uma segunda resolução do conselho também proibiu a atuação em hospitais das parteiras e das doulas - que são especializadas no acompanhamento das gestantes. Atualmente há 60 mil parteiras em atividade no estado do Rio de Janeiro.

A proibição acendeu as discussões sobre o parto feito em casa. Clarissa Serodio está de acordo com a decisão do conselho. Ela se preparou para ter parto normal, mas na hora teve complicações que levaram a uma cesariana e se sentiu segura por estar cercada de médicos e de recursos.

“Segurança para mim é uma forma de humanizar o trabalho de parto. Você não ter uma ansiedade, uma transferência de ambulância, correndo, para resolver as coisas”, comenta a professora.

Renata Depra teve o primeiro filho em um hospital e de cesariana, mas no segundo já optou por ter o bebê em casa. Para o terceiro, que chega em setembro, ela também não abre mão do parto domiciliar. “O parto pertence à mulher. Eu tenho direito de escolha. Eu sei onde eu me sinto mais segura e esse lugar é a minha casa”, afirma a engenheira.

A parteira de Renata, Heloísa Lessa, é enfermeira obstétrica, com doutorado em parto domiciliar. “Eu tenho 402 partos domiciliares. Dos quais, 33 mulheres eu movi para o hospital. Todas a tempo de serem atendidas, porque a gente identifica precocemente”, garante a enfermeira.

O Conselho Regional de Enfermagem e entidades de defesa do parto domiciliar decidiram entrar na Justiça contra a decisão do Cremerj.

“Tem uma lei que é categórica em afirmar que o parto pode ser domiciliar e que pode ser feito por enfermeiro. Agora, queremos que os médicos estejam em conjunto para atuar nas complicações que esse parto venha a ter ou não”, diz Pedro de Jesus, presidente do conselho.


Fonte: G1/Reprodução

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